Antúrio-Vermelho

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quarta-feira, setembro 20, 2006

jardinices

no jn de ontem (20-07), última página:

Uma aventura na Madeira
A minha ideia de aventura alucinante seria entrar na cabeça de Alberto João Jardim e ver de lá de dentro o mundo durante uma hora. Se sobrevivesse a tão terrífica experiência, haveria de escrever de uma assentada a "Viagem à Lua", de Cirano de Bergerac, o "Tartarin de Tarascon", de Alphonse Daudet e os "Flinstones", de Hanna & Barbera, acrescentados com passagens selectas das"Lições de Finanças Públicas", do sargento Jean-Bedel Bokassa. A "Weltanschauung" de Jardim divide o Universo entre quem não lhe dá dinheiro para carnavais e futebóis (os "mafiosos", os "fariseus" e as "mulas da cooperativa", como era Guterres em 1997) e os "homens intelectualmente honestos" (como passou a ser o mesmo Guterres depois de, em 1999, ter pago 610 milhões de euros de dívidas da Região). Sócrates e o ministro das Finanças pertencem à primeira categoria, por pretenderem pôr cobro ao forrobodó orçamental da Madeira (1252 milhões sem tecto!), assim revelando "falta de patriotismo". Por isso Jardim já requereu ao ainda há pouco "Sr. Silva" que os demita e forme um "Governo de unidade nacional". Além disso, apanhando a boleia do Hezbollah, declarou, dizem os jornais, "guerra aberta" ao Orçamento de Estado. Todos para os abrigos, e cuidado com a carteira!
no jn de hoje, (21-07) última página:

Bananas & neologismos
Mais tarde ou mais cedo a palavra "jardinesco" entrará nos dicionários (como entrou, por exemplo, o substantivo "burgesso", do nome do nadador inglês T. W. Burgess, que atravessou a nado a Mancha em 5 e 6 de Setembro de 1911 e não seria, pelos vistos, homem particularmente notável pela finura de espírito). "Jardinesco, adj. Grosseiro; grotesco; ignorante; lampo; diz-se de pessoa que se comporta de forma arrogante e espalhafatosa. Do nome de um político madeirense de finais do séc. XX e princípios do séc. XXI", será, ao lado de expressões como "bastardos" e "filhos da puta", a mais estimável contribuição de Alberto João Jardim para o enriquecimento da língua pátria. É nesse sentido que se fala hoje da "jardinesca" República das Bananas que o PSD (com Marques Mendes, tão severo noutros casos, assobiando gloriosamente para o lado) mantém na Madeira e que, além do presidente do Governo, tem outro dos seus "tops" no folclórico Parlamento Regional. Aqui, os insultos, as agressões verbais e as ameaças físicas entre deputados são o pão-nosso-de-cada-dia. Mas os jornalistas e os visitantes não podem apresentar-se de sapatilhas ou "t-shirts" em nome do "prestígio" (do latim "praestigiae" aparências, imposturas) de tão distinto lugar.
 
LIFE FOR RENT (Dido)

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